Como se faz para viver? O tempo de férias que temos a nossa frente é uma
ocasião preciosa para responder a esta pergunta. Muitas vezes ouvimos queixas,
comentários, opiniões, discussões, argumentações... Mas no tempo livre de que
dispomos durante as férias, temos a possibilidade de verificar nos factos que
resposta damos ou que resposta queremos dar a esta pergunta. Ou, também, o que
é que estamos a fazer no mundo, para que nos serve a fé.
Numa recente conversa com um grupo de jovens, chamou-me a atenção como
abordaram o tema das férias. Num primeiro momento, repetiam-se algumas frases
feitas: «Férias é para descansar e não fazer nada», «Só quero dormir até ao
meio-dia e passar a tarde no sofá». A seguir, porém, começaram a falar das
coisas que se podem fazer para aproveitar esse tempo livre a mais: ver filmes,
ler um livro, estar com os amigos e com a família, fazer desporto. E acabamos
por reconhecer também que há coisas que não devemos deixar de fazer, como
continuar a ir a Missa aos Domingos ou rezar.
A questão principal, então, é poder fazer o seguinte teste, em qualquer
circunstância em que nos vejamos a pensar e a passar o tempo de Verão: se, como
disse o papa Francisco recentemente, Deus «muda o teu coração». Porque é Deus,
segundo as palavras do Santo Padre, quem «transforma o coração». Se nós
acolhermos a sua graça, Ele transforma o nosso coração. «Uma só coisa é
necessária para sermos santos: acolher a graça que o Pai nos dá em Jesus
Cristo. Eis a graça que muda o nosso coração» (17 Junho 2013). Esta é a
verificação que podemos fazer neste tempo: disponíveis e conscientes da nossa
necessidade de uma vida melhor, podemos acolher a graça de Deus tal e como ela
se apresenta.
Talvez possamos voltar a questionar a modalidade e hábitos com que fazemos
férias. E não continuar a fazer as mesmas coisas, simplesmente porque «sempre
fizemos assim». Era bom que nos perguntássemos: Porque é que eu saio de férias?
Ou então, porque é que fico e não vou a nenhum lugar especial? O que é que
quero fazer? Com quem? Em resumo, o que é que quero viver durante o Verão? Ou,
simplesmente, que vida quero viver?
Assim, um passeio, um jantar, uma oração numa capela, uma ida à praia, uma
visita a um familiar, ou qualquer outra coisa, se tornam uma ocasião em que
podemos verificar que esses momentos são um modelo, um exemplo, de como a vida
pode ser vivida duma forma bela, intensa, junto de Cristo e de Deus. Tudo o que
fazemos pode ter dentro esta promessa: a experiência da fé que me faz gostar
mais e melhor da vida. Se, pelo contrário, durante as férias não vemos a Deus
por nenhuma parte, então a nossa fé ficará reduzida a algo sem interesse.
Este é o desafio: regressar em Setembro com uma resposta cada vez mais
certa à pergunta «Como se faz para viver?».
P. Luis Miguel Hernández
A FOLHA vai de férias e
voltará a sair no Domingo 22 de Setembro.
VOTOS DE BOAS FÉRIAS PARA SI!
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