Já chegou o tempo das férias. Conversando com um grupo de jovens acerca das
férias, muitos destacaram que neste tempo o que mais queriam fazer era
descansar – como é óbvio - , fazer o do que mais gostam e refletir, porque os
vários e muitos compromissos que ao longo do ano tem que levar em diante
impedem-lhes que possam parar e pensar em si.
Ao longo da conversa fomos perguntando-nos o que é que nos ajuda a
descansar, o que é que nos ajuda mais a refletir...
Perguntámo-nos também o que é que nos ajuda mais a chegar ao fim das
férias, quando a escola recomeça, contentes pelo verão que passámos e por como
utilizámos o nosso tempo livre.
Quero contar a minha experiência: quando era criança – como a minha família
tinha esta possibilidade – os meus pais levavam-me a mim e aos meus irmãos
passar as férias nos Alpes, onde dávamos longos passeios pelas montanhas. A
grandeza das montanhas sempre me deixou sem palavras: ao vê-las, sentia-me
pequenino; ao pensar em quantos milhares de anos elas tinham, percebia que em
comparação a minha vida era muito curta... Contudo, apesar de ser ainda
criança, apercebia-me que a mim era dado o grande dom de olhar para elas e de
pensar em tudo isto. Perante a beleza da natureza, a nós homens foi-nos dado o
dom de podermos surpreender. Isto descansava o meu coração, ajudava-me a refletir
e dava outra dimensão ao tempo livre ao ponto que quando as férias acabavam –
apesar da escola recomeçar – eu estava contente.
Agora que sou mais crescido (para não dizer velho), o que sempre faço logo
que tenho um bocado de tempo livre é procurar lugares e sítios de beleza, que
deem ao coração aquele descanso e alegria que deseja.
O tempo das férias é o tempo no qual “posso fazer o que quero”: mas para
que o “fazer o que quero” me torne verdadeiramente contente tenho que “saber” o
que quero... Apercebi-me com o tempo que, o que me dá descanso é a beleza, e
não o “não fazer nada”. Apercebi-me com o tempo que precisava de uma ajuda para
viver bem este tempo de férias.
Eu sempre encontrei esta ajuda naquilo a que chamam “campos de férias”:
sair de casa e da família, das atividades do dia-a-dia, para ir a um sítio
bonito, onde se dão passeios no meio da natureza, se fazem jogos, serões,
cânticos, etc. Onde se pode estar durante alguns dias com os próprios amigos, e
onde há alguém que está mais à frente de mim no caminho da vida e que me ajuda
a descobrir coisas belas e grandes, que dão alegria ao coração.
É este o objetivo de propor os campos de férias para os jovens da nossa
paróquia. Eu, o Pe. Rafael e o Pe. Luís Miguel, desejamos viver isto com todos
os jovens que eventualmente queiram participar nos três campos de férias que
estamos a propor: será um tempo passado juntos, a ver e fazer coisas bonitas, para
que o nosso coração possa viver.
Pe. Paolo Di Gennaro
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