“Em verdade, em verdade
vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem … não tereis a vida
em vós. Quem realmente come a minha carne … tem a vida eterna” (Jo 6,53-54): na
Solenidade do Corpo de Deus nós cristãos fazemos festa porque Jesus está
presente hoje, fisicamente, duma forma incompreensível para nós (até os
discípulos não compreendiam estas palavras de Jesus), mas real e concreta, isto
é, capaz de transformar a nossa vida.
Perante o mistério da
Eucaristia, uma só é a atitude certa: adoração. Não é por acaso que, durante a
consagração e antes de comungar, o Sacerdote ajoelha repetidas vezes diante à
Eucaristia. Não é por acaso que, ao passar à frente do Sacrário, os cristãos
ajoelham. Não é por acaso que até nas Jornadas Mundiais da Juventude o Papa
Bento XVI costumava propor aos jovens uns momentos de adoração eucarística.
Porque Jesus está fisicamente, realmente, verdadeiramente e substancialmente
presente na Eucaristia.
Adoração é a atitude que
temos que ter também quando vamos comungar: adoração como atitude interior, que
se manifesta e que por sua vez cresce em nós através da atitude exterior.
A Igreja diz que para receber bem a
Eucaristia são precisas três condições:
- Saber e pensar em Quem se vai receber: isto é, saber que a hóstia que vou receber é realmente, verdadeiramente e substancialmente o Corpo de Jesus, e não simplesmente algo que “simboliza Jesus”. É preciso saber isto, e pensar nisto. Na nossa Paróquia tentamos fazer isto convidando todos a ter uma atitude adequada enquanto estamos na fila: fazer uma fila ordenada, ter as mãos juntas em atitude de oração (e não nos bolsos, como às vezes os mais novos fazem), não atrapalhar os outros na fila (por exemplo, voltando ao nosso lugar contracorrente pelo corredor central onde os outros estão na fila, mas usando para isto os corredores laterais). Também é preciso receber dignamente o Corpo do Senhor. Pode-se comungar diretamente na boca ou receber a comunhão na mão. Comungar na boca é tão digno como comungar na mão, mas deve ser feito com dignidade. A Comunhão que se recebe na mão, não se agarra com os dedos (tipo pinça!). A Comunhão recebe-se no côncavo da mão esquerda, que por sua vez está em cima da mão direita. A comunhão leva-se à boca usando a mão direita, enquanto ainda estivermos voltados para o Ministro. Ninguém, por nenhuma razão, pode levar a Sagrada Comunhão para o seu lugar, ou guardá-la em qualquer sítio: é um pecado gravíssimo, é sacrilégio.
- Estar
em Graça de Deus:
isto é, não ter cometido pecados mortais, que só podem ser perdoados
através do sacramento da Confissão. Quem comunga em estado de pecado,
comunga à própria condenação. O facto de “eu gosto de comungar”, ou
“confessei-me a Deus”, ou ainda “senti que Deus me chamava a comungar” não
dispensam a observância deste preceito. Comunga quem estiver confessado.
Há depois situações objetivas que impedem que se receba a Comunhão
(divorciados com companheiro/a, pessoas que vivem juntas, excomungados
etc...). A exclusão da Comunhão não impede contudo que estas pessoas
participem na vida da Igreja e da comunidade cristã. Aconselha-se que
estas pessoas falem com um sacerdote para serem ajudadas.
- Guardar
o jejum eucarístico:
significa não comer, nem beber nada uma hora antes da celebração. A água e
os medicamentos não interferem no jejum.
Através destes preceitos, a Igreja quer
ajudar-nos a adorar Jesus presente na Eucaristia, a viver com dignidade o
momento da Comunhão, para que, conscientes de tão grande Mistério, possamos ter
a vida eterna, a vida verdadeira.
Pe. Paolo Di Gennaro
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