segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Festa de S. Carlos Borromeu


O dia 4 de Novembro a Igreja celebra a festa de São Carlos Borromeu. Carlos nasceu em Arona, no norte de Itália, no ano 1538; depois dos estudos, foi nomeado cardeal por Pio IV, seu tio, e eleito bispo de Milão. O que mais se destaca da sua vida é a sua entrega à missão de pastor da Igreja: visitou várias vezes toda a diocese, para poder encontrar todos os homens que Deus lhe tinha encomendado, convocou sínodos e desenvolveu a mais intensa atividade, em todos os sectores, para a salvação das almas, promovendo por todos os meios a renovação da vida cristã. Essencialmente foi um reformador: na continuidade com a tradição da Igreja e com o Concílio de Trento, dedicou a sua vida a viver e ensinar a responder ao chamamento que Deus nos faz, vivendo a vida à qual somos chamados. Parece-me significativo o mote episcopal que escolheu para definir a sua missão na Igreja: Humilitas, humildade. De facto a sua vida foi este contínuo voltar à terra (húmus em latim), voltar a lembrar que nada somos e que a força da nossa vida vem só da nossa entrega a Deus que nos faz grandes n’Ele.

São Carlos é padroeiro da Fraternidade sacerdotal à qual pertencemos, nós padres desta paróquia. Como disse um de nós há uns anos atrás, a nossa vida consiste em viver longe, como se vivêssemos juntos. Esta frase precisa de uma explicação. Caso contrário seria um romantismo que tem pouco a ver com a realidade. Vivendo a nossa vocação de padres e missionários, somos mandados para vários lugares do mundo: muitos de nós na Europa, outros na Africa, nas Américas e temos duas casas na Asia, na Sibéria e em Taiwan. Todos nós vivemos o drama da distância: por poder estar juntos todos os dias, ter de viver circunstâncias diferentes, etc. Ao mesmo tempo, na comunhão de vida que desejamos viver nas nossas casas, ajuda-nos a lembrar que a distância é o sinal do Amor. Isto é verdade para um pai e para uma mãe que têm de se separar dos filhos, que crescem e que vão construir a própria vida. É verdade para quem emigra para sustentar desde longe a família; é verdade para quem está chamado à missão de anunciar que Cristo é a única reposta certa à vida de cada homem e cada mulher.
Ir ao encontro do homem, de cada homem, é a razão pela qual a Fraternidade existe e pela qual trabalha. Para poder dar àquele homem que se encontra, seja onde for no mundo, o que nós mesmos temos recebido gratuitamente.  
P. Giovanni Musazzi

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